sexta-feira, 15 de junho de 2012

POEMA INCIDENTAL: Tem Gente Botando Terra



Há dias venho sofrendo
Pelo amor de alguém
O que eu vivo padecendo
Só Deus sabe e mais ninguém
Tem gente botando terra
Pra ver se a terra aterra
E o amor desaparece
Mas terra em amor não mata
Que amor é que nem batata
Com terra em cima é que cresce.  

Amor a poesia (Edmilson Ferreira)



Pra manter esse amor puro e sincero
Cruzo as pontes do rio Capibaribe
Todo dia contemplo o Beberibe
E toda noite visito o Marco Zero
Curto a voz de Baracho no bolero
Ouço as musicas de Antônio Madureira
Leio os clássicos da obra de Bandeira
E os poemas concretos de Cabral
Tenho um caso de amor especial
Com a bela Veneza brasileira.

(José Adalberto) Nossos filhos ausentes feito abelhas


Nossos filhos ausentes feito abelhas
Têm nas flores da vida, um compromisso.
Mas por falta de chances se dispersam.
Aqui mesmo acontece muito isso
De voltar todos têm muita vontade
Vez em quando a empresa da saudade
Faz um pouso forçado em seu cortiço
Noutra gente, a ausência dá sumiço.
No entanto o umbigo dessa gente,
Sertanejo e fiel ao seu passado
É dos outros umbigos diferente
É na terra natal que um lado fica
E quando a gente se ausenta o outro estica
E traz a gente de volta novamente.

Um sonho de saudade ...(Vinícios Gregório)




Tive um sonho essa noite, tão feliz
Que eu sorria e pulava de contente
Deus rodou um filminho em minha mente
Onde eu era autor e ela atriz
Pelo menos no sonho ela me quis
Só que acordo e não tenho mais ela
A saudade prendeu-me em sua cela
Ter sonhado aumentou meu sofrimento
Outro sonho daquele eu não aguento
Que é capaz de eu morre com falta dela.


-A boca muito beijada É de uma pessoa louca


 - Tem boca que beija boca
Sem notar que a boca é quente
Que  boca arranjando boca,
Nasce boca mais na frente,
Nem que a boca troque a boca
Noutra boca diferente.

 (Poeta: ?)

Poema Incidental: Os Dois Gráficos do Amor (Ayres Fraga)

Quero  querer-te menos
Para que me queiras mais
Se me queres tão pouco
É porque te quero demais.

HABEAS PINHO - Ronaldo Cunha Lima


No ano de 1955, em Campina Grande (PB), um grupo de boêmios fazia serenata e seresta em uma madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu o violão então usado pelos boêmios. Decepcionado, o grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, então recentemente saído da faculdade de Direito, que também apreciava uma boa seresta. Ele peticionou a Juízo para que fosse liberado o violão. Aquele pedido ficou conhecido como habeas pinho e até hoje enfeita paredes de escritórios de advocacia e de bares pelo Brasil. Mais tarde, Ronaldo Cunha Lima foi eleito deputado estadual, prefeito de Campina Grande, senador, governador da Paraíba e deputado federal. Eis a famosa petição, seguida da decisão judicial:
Habeas Pinho
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca:
O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver nem pistola
É simplesmente, doutor, um violão
Um violão, doutor, que na verdade 
Não matou nem feriu um cidadão
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão
O violão é sempre uma ternura
Instrumento de amor e de saudade
Ao crime ele nunca se mistura
Inexiste entre eles afinidade
O violão e próprio dos cantores
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam as mágoas e que povoam a vida
Sufocando suas próprias dores
O violão é música e é canção
É sentimento de vida e alegria
É pureza e néctar que extasia
É adorno espiritual do coração
Seu viver, como o nosso, é transitório
Porém, seu destino se perpetua
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de cartório
Mande soltá-lo pelo amor da noite
Que se sente vazia em suas horas
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras
Libere o violão, doutor juiz
Em nome da Justiça e do Direito
É crime, porventura, o infeliz
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?
Será crime, e afinal será pecado
Será delito de tão vis horrores
Perambular na rua um desgraçado
Derramando ali as suas dores?
É o apelo que aqui lhe dirigimos
Na certeza do seu acolhimento
Juntando esta petição aos autos nós pedimos
E pedimos também deferimento.
Ronaldo Cunha Lima – Advogado

Galope à Beira-Mar (Geraldo Amâncio)




O mundo se encontra bastante avançado
A ciência alcança progresso sem soma
Na grande pesquisa que fez do genoma
Todo o corpo humano já foi mapeado
No mapeamento foi tudo contado
Oitenta mil genes se podem contar
A ciência faz chover e molhar
Faz clone de ovelha, faz cópia completa 
Duvido a ciência fazer um poeta 
Cantando galope na beira do mar.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

Louro Branco e Zé Cardoso

http://www.4shared.com/file/63277489/724e4ebd/Louro_e_Cardoso.html

Louro Branco e Zé Cardoso . 1. Não existe mais respeito Nos namoros de hoje em di

Rapaz que tem companheira
Não leva Salve Rainha
Mas leva uma camisinha
Escondida na carteira
Tira a roupa da parceira
Mama chega o peito esfria
Chupa na língua macia
Como quem chupa confeito
Não existe mais respeito 
Nos namoros de hoje em dia
(Louro Branco)

Vi um casal na calçada
Ela com ele abraçado
Ele na boca colado
Ela na língua enganchada
Uma velha admirada
Dizia: "Vixe Maria!"
E com tristeza dizia:
"Eu nunca fiz desse jeito"
Não existe mais respeito
Nos namoros de hoje em dia
(Zé Cardoso)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Venha ver meu Caicó Na festa da padroeira

Seja bem vindo quem vem
Reencontrar a família
De São Paulo ou de Brasília
Se São Luís, Santarém
De Salvador e também
Até da terra mineira
Da "Veneza Brasileira"
Aracajú, Maceió
Venha ver meu Caicó
Na festa da padroeira
(Sebastião Dias) 
Me balançando na rede 
Numa taipa do Sertão. 
Enquanto o Sol se escondia 
Eu ouvia esta canção... 
E num passeio ao passado 
Me veio à recordação. 
(Manoel Belizario)











JOÃO PARAÍBANO E SEVERINO FEITOSA GLOSANDO O MOTE

que faz verso com arte e sentimento.
João Paraibano
Cada verso que o repentista faz,
para mim tá presente em toda hora,
no tinido do ferro da espora,
na passada que vem dos animais,
na cor verde que tem nos vegetais
nas estrelas que têm no firmamento,
tá na cruz do espinhaço do jumento,
e no vaqueiro correndo atrás do gado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
Severino  Feitosa
O poeta é um gênio que crepita
no espaço azul esmeraldino,
percorrendo as estradas do destino,
sem saber o planeta aonde habita,
sua mente pra o canto é infinita,
cada verso que faz é seu sustento,
é quem sabe cantar o parlamento,
sem ter voto pra ser um deputado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
João Paraibano
Uma vida vivida no sertão,
uma fruta madura já caindo,
um relâmpago na nuvem se abrindo,
um gemido do tiro do trovão,
meia dúzia de amigos no salão,
nem precisa de um piso de cimento,
minha voz, as três cordas do instrumento,
o meu quadro de louco está pintado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
Severino  Feitosa
O poeta é um simples mensageiro,
que acaba uma guerra e um conflito,
ele sabe cantar o infinito,
todas pedras que têm no tabuleiro,
a passagem do fim do nevoeiro,
que ultrapassa o azul do firmamento,
que conhece o impulso desse vento,
todas as rosas que enfeitam o nosso prado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
João Paraibano
Foi mamãe que me deu a luz da vida
e me ensinou a viver da humildade,
eu nasci para ter felicidade,
porque toco na lira adquirida,
poesia me serve de bebida,
um concerto me serve de alimento,
uma pedra me serve de assento
e todo rancho de palha é meu reinado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
Severino  Feitosa
O poeta é uma criatura
que procura mostrar, no seu caminho,
toda uva do fabrico de vinho,
e toda planta que faz nossa fartura,
é quem sabe cantar a amargura
da pessoa, que está num sofrimento,
é quem sabe cantar o regimento
do quartel, que Jesus é delegado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
* * *