sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

"Domingos além de pobre é tão triste a tua cor"



"Falar  de nobreza e cor

É um grande Orgulho seu

Morra eu e morra um nobre,

Enterre-se o nobre e eu,

Que amanhã ninguém separa

O pó do nobre do meu !! "

Poeta Domingos

POESIA DE DUDU MORAIS: SEU ORGULHO TEM DADO PREJUÍZO MUITO MAIS A VOCÊ DO QUE A MIM


EU QUE SEMPRE ATENDI CADA PEDIDO,
MUITO EMBORA GANHANDO SEMPRE UM NÃO,
POR VOCÊ E EM NOME DA PAIXÃO
FIZ DE TUDO POR NÓS, MAS FOI PERDIDO.
NA ANÁLISE SINCERA DO CUPIDO
NOSSO QUADRO DE AMOR ESTÁ ASSIM:
SUAS FLORES MURCHANDO NO JARDIM
E MEU INFERNO VIRANDO UM PARAÍSO
SEU ORGULHO TEM DADO PREJUÍZO
MUITO MAIS A VOCÊ DO QUE A MIM


SE VOCÊ “RÓI”, BEBENDO, NÃO MISTURE


PRUM AMOR ARDENTE A "LEI SECA" NÂO FAZ MUITO EFEITO, MAS DE QUALQUER FORMA FICA O ALERTA DE NOVO:

NÃO MISTURE!!!

 SE VOCÊ “RÓI”, BEBENDO, NÃO MISTURE
NO JUÍZO ESSES DOIS INGREDIENTES
QUE SEUS ATOS SERÃO INCONSEQUENTES
PORQUE NUNCA HÁ RAZÃO QUE LHE SEGURE
PERMITIR QUE A SAUDADE SE AVENTURE
SEM NOÇÃO DO QUE PENSA E DO QUE FAZ
É TENTAR IR ATRÁS DO QUE NÃO TRAZ
OU QUEIMAR UMA CHANCE A SER VIVIDA
“NÃO MISTURE SAUDADE COM BEBIDA
QUE QUEM BEBE “RUENDO” VAI ATRÁS”!

SE VOCÊ NÃO QUISER PASSAR SUFOCO
NEM RESSACA MORAL, PERDA E TRISTEZA
NÃO ACEITE A SAUDADE EM SUA MESA
A NÃO SER QUE VOCÊ VÁ BEBER POUCO
MAS QUEM BEBE, “RUENDO”, FICA LOUCO
NÃO ESCUTA OS AMIGOS NEM OS PAIS
VAI ATRÁS DE QUEM JÁ NÃO LHE QUER MAIS
OU QUISESSE, TALVEZ, SEM SUA IDA
"NÃO MISTURE SAUDADE COM BEBIDA
QUE QUEM BEBE “RUENDO” VAI ATRÁS!

ZÉ ADALBERTO

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Valdir Teles e João Paraibano


Manoel Xudu



Eu acho muito engraçado
O padre Matuzalém
Quando distribui a hóstia
É pra dez, cinquenta ou cem
Mas bebe o vinho sozinho
Não dá um gole a ninguém!

Zito Siqueira

Mulher, se lembre das juras
Que fizemos na matriz;
Se esqueça de advogado,
De promotor e juiz;
Se acostume a levar ponta
Pra gente viver feliz.

Adauto Ferreira Lima



Quando o sujeito envelhece
Quase tudo lhe embaraça
Convida a mulher pra cama
Agarra, beija e abraça
Porém só faz duas coisas:
Soltar peido e achar graça.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Depoimento de Ivanildo Vila Nova ( sobre Pinto de Monteiro)



Esse depoimento vai contrariar muita gente que jura, por tudo que é santo, que tive grandes embates com o famoso Pinto do Monteiro. A primeira lembrança que tenho do grande poeta repentista é de quando passava, quase todas as manhãs, justamente pelo local onde ele morou muito tempo, em Caruaru, na Rua São Roque, quartinho dos fundos de um enchimento pertencente a um amigo de meu pai e padrinho meu, chamado Epaminondas.

Pela diferença de idade, quando me profissionalizei na cantoria, Pinto praticamente ia em busca do ocaso, como trabalhador da viola. Mesmo assim registro quatro passagens entre nós. A 1a delas, uma cantoria no Restaurante Bebedouro, em Caruaru, com ele e José Soares do Nascimento, cada um cantando sua queda, com Pinto concluindo:

Eu fui como cascavel
Todos tinham medo dela
Hoje qualquer um me pega
Me amarra, me desmantela
Que onça depois de morta
Qualquer um briga com ela

Nos anos 70, durante uma excursão de vários poetas por cidades do Ceará, abrindo um pouco minha parceria, na época com Dimas Batista, cantei um pequeno baião em sextilhas com Severino Pinto. Depois de um dos torneios de Olinda, novamente cantamos uma outra pequena baionada para Giusepe Baccaro e Bajado, no "Teatro de Arena da Casa das Crianças". Finalmente assisti-o fazendo uma apresentação em Monteiro/PB, para Ronaldo Cunha Lima, cantando com Odilon Calumbí, e desabafando suas mágoas com a bela estrofe:

Se ninguém envelhecesse
Eu não estava aonde estou
Velho, doente, acabado
Sem saber pra onde vou
Toda alegria que tinha
Veio o tempo e carregou.

Considero Pinto tão importante, para a cantoria na sua época, como foi um Luiz Gonzaga para a música popular nordestina.

(*Ivanildo Vila Nova é Repentista)

sábado, 11 de agosto de 2012

João Paraibano por motivo de ciúmes foi preso.

O poeta João Paraibano estava numa festa e devido a uma confusão com a sua mulher, por motivo de ciúmes desta, foi preso. Conta-se que assim que se viu dentro do cárcere, o poeta (que é analfabeto) aos prantos e em estado de embriaguês, proferiu de improviso os seguintes versos para o delegado:

Doutor eu sei que errei
Por dois fatos: dama e porre.
Por amor se mata e morre.
Eu nem morri, nem matei,
Apenas prejudiquei 
Um ambiente de classe.
Depois de apanhar na face
Bati na flor do meu ramo.
Me prenderam porque amo
Quanto mais se eu odiasse.

Poeta mesmo ofendido
Sabe oferecer afeto.
Faz pena dormir no teto
Da morada de um bandido,
Se humilha, faz pedido
Ninguém escuta a voz sua,
Não vê o sol, nem a lua
Deixar o espaço aceso.
Por que um poeta preso
Com tantos ladrões na rua?

Sei que não sou marginal,
Mas por ciúmes de alguém,
Bebi pra fazer o bem,
Terminei fazendo o mal.
Eu tendo casa, quintal,
Portão, cortina, janela,
Deixei pra dormir na cela
Com a minha cabeça lesa,
Só sabe a cruz quanto pesa
Quem está carregando ela.

Poeta é um passarinho
Que quando está na cadeia
Sua pena fica feia,
Sente saudade do ninho,
Do calor do filhotinho,
Da fonte da imensidade.
Se come deixa a metade
Da ração que o dono bota,
Se canta esquece da nota 
Da canção da liberdade. 

Doutor, se eu perder meu nome
Não acho mais quem o empreste,
A minha mulher não veste,
Minha filhinha não come
E a minha fama se some
Para nunca mais voltar.
Não querendo lhe comprar,
Mas humildemente peço:
Se puder, rasgue o processo
E deixe o poeta cantar.

terça-feira, 24 de julho de 2012

A tinta branca dos anos...

Nunca pensei na velhice.
Mas a danada chegou...
E seu fantasma me disse
Que o tempo bom acabou.
E o mesmo tempo, sisudo,
Me quis despojar de tudo,
Desmoronando meus planos.
E, pra maior pesadelo,
Jesus pintou meu cabelo
Co'a tinta branca dos anos

O tempo passa veloz,
Deixando tudo em desgraça.
Nós nem pensamos em nós,
Tão veloz o tempo passa.
Eu mesmo, em mim, só pensei
Depois que velho fiquei,
Depois de mil desenganos...
Já não represento nada,
Tendo a cabeça pintada
Co'a tinta branca dos anos.

Tudo na vida se acaba...
A mocidade, também.
A juventude desaba
Quando a caduquice vem.
Sinto que a morte me afronta
E que a consciência conta
O meu tempo entre os humanos.
Vejo meus dias contados
Nos meus cabelos pintados
Co'a tinta branca dos anos.

A tinta que o tempo bota
Sobre a cabeça da gente
É d'uma que não desbota,
Permanece eternamente.
Tem gente que compra tinta,
Mete na cabeça e pinta,
Só pra nos causar enganos...
Mas é besteira do povo:
Depois sai cabelo novo
Co'a tinta branca dos anos.

Tabira(PE), 1970

Nota:
Mote de Sebastião Siqueira, 

domingo, 8 de julho de 2012

Patativa do Assaré - Documentário


Cumade Fulôzinha (Guibson Medeiros)

Na cidade de cabedelo
Existe uma mata fechada
Dizem que é mal assombrada
Se entrar é bom ter zelo
Se  bagunçar não tem apelo
E se ouvir uma risadinha
Corra que vai ser pior
E  o assobio de um cipó
É da cumade fulôzinha

Vive escondida na  mata
Esperando oferenda
Me disseram que era lenda
Mas isso ninguém constata
Quem vai lá não desacata
Que da mata ela é rainha
Vá num dia de domingo
Vê a fumaça do cachimbo
Da cumade fulôzinha

Dizem que tem catatumba
E eu fui pra comprovar
Ouvi um som ecoar
Parecido de zabumba
Um terreiro de macumba
E pena preta de galinha
Uns bonecos de vudu
Em cima de um pé de caju
A cumade fulôzinha

Pode fazer uma visita
Mas é bom não ir sozinho
Vá pelo jardim manguinho
Que essa mata é esquisita
Tem gente que acredita
Que a cumade é bem velhinha
Mas que não sente remoços
Dona da mata dos poços
É a cumade fulôzinha.

Do passado ao presente


Autor: Wilton Silva

Não a certo sem errado
futuro sem precedente
nem passado sem presente
nem forte sem fracassado
nem tudo que é contado
pode ser mesmo verdade
nem velho de pouca idade
nem mentira verdadeira
nem sério sem brincadeira
essa é a realidade


(...)


http://culturanordestina.blogspot.com.br/2011/08/do-passado-ao-presente.html

Além da Primavera

ALÉM DA PRIMAVERA
(Dalinha Catunda)

De flores me vestirei
Seja em qualquer estação.
Não desistirei dos sonhos
Apostei nesta opção
Plantarei sempre alegria
Semear melancolia
Não tenho esta pretensão.
*
A primavera chegou
Sem o sol aparecer,
Mas flores de primavera
Bordaram o amanhecer
Debruçada na janela
Vejo quanto à vida é bela
Sinto seu resplandecer.
*
Amo as flores, amo a vida,
Independente de idade,
O plantio do passado
Colho na maturidade
E em qualquer estação
Bate bem meu coração
Buscando felicidade.

FOLCLORE

O folclore vem do inglês
e sabe o que quer dizer
folk é povo, lore saber
assim é em português
Willian Thoms por sua vês
o criou com muito gosto
morreu num mês de agosto
na data de vinte dois
e hoje já bem depois
seu termo ainda é imposto

O folclore é o popular
Como diz estudiosos
é fatos maravilhosos
são causos a se-contar
independente do lugar
tem a sua qualidade
de manter a identidade
e a raiz de um povo
vindo do velho ao novo
não perguntando a idade

O folclore é a mistura
do passado e de agora
contos, festas de outrora
mudaram a certa altura
mas fica a estrutura
por mais que o mundo mude
com a poio da juventude
o tempo não a corrói
ressurge e se reconstrói
o que é grande virtude

Crendices, superstições
brincadeiras e desejos
lendas contos e festejos
quadrilhas festas, canções
de tantas religiões
procissões, e artesanato
tudo isso é de fato
parte da nossa vivencia
que só quem tem experiência
é um conhecedor nato

Aquelas boas comidas
que só a vovó fazia
as histórias que ouvia
daquelas muito compridas
As brincadeiras, corridas.
o pião, a baladeira
simpatias na fogueira
que quem só viveu adora
nunca que iram embora.
Por mais que o tempo queira

Nosso folclore é herança
é o nosso de verdade
é a continuidade
do que ficou na lembrança
é o que encanta a criança
e faz o velho lembrar
está em todo lugar
das comidas a vestimenta
pois ele se reinventa
esta até em seu lar

Me orgulho das tradições
de tudo que é da gente
e não sou indiferente
para as modificações
mas as novas gerações
que sabem o que é da hora
não vivam só o agora
conheçam nosso passado
antes o que está do seu lado
que aquilo que vem de fora

Antonio Wilton Da Silva

Poesias Wilton Silva - Dia do contra

Dia do contra... 
(ser ao contrario)

No poema de Drummond
sou a pedra do caminho
da roseira encantadora
sou o mais áspero espinho
sou buraco na estrada
sou a curva do caminho

Sou o medo do escuro
sou o frio na espinha
sou o trem desgovernado
que corre fora da linha
sou uma ave de bando
que sempre voa sozinha

Sou estrela que não brilha
sou pássaro que não canta
flor que nunca desabrocha
verdura que não se planta
sou um conselho cruel
do tipo:não adianta

Sou aquele sentimento
que se chama solidão
sou apenas um politico
ou melhor sou um ladrão
não roubo um ou nem outro
mas toda uma nação

Sou o erro de gramática
a triste colocação
a crise do desemprego
a fraude do mensalão
sou um dos erros mais fáceis
de causar uma confusão

Eu sou o que ninguém é
ou que jamais seria
a noite que não termina
a chama que é sempre fria
o sentimento estranho
no final de cada dia...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

POEMA INCIDENTAL: Tem Gente Botando Terra



Há dias venho sofrendo
Pelo amor de alguém
O que eu vivo padecendo
Só Deus sabe e mais ninguém
Tem gente botando terra
Pra ver se a terra aterra
E o amor desaparece
Mas terra em amor não mata
Que amor é que nem batata
Com terra em cima é que cresce.  

Amor a poesia (Edmilson Ferreira)



Pra manter esse amor puro e sincero
Cruzo as pontes do rio Capibaribe
Todo dia contemplo o Beberibe
E toda noite visito o Marco Zero
Curto a voz de Baracho no bolero
Ouço as musicas de Antônio Madureira
Leio os clássicos da obra de Bandeira
E os poemas concretos de Cabral
Tenho um caso de amor especial
Com a bela Veneza brasileira.

(José Adalberto) Nossos filhos ausentes feito abelhas


Nossos filhos ausentes feito abelhas
Têm nas flores da vida, um compromisso.
Mas por falta de chances se dispersam.
Aqui mesmo acontece muito isso
De voltar todos têm muita vontade
Vez em quando a empresa da saudade
Faz um pouso forçado em seu cortiço
Noutra gente, a ausência dá sumiço.
No entanto o umbigo dessa gente,
Sertanejo e fiel ao seu passado
É dos outros umbigos diferente
É na terra natal que um lado fica
E quando a gente se ausenta o outro estica
E traz a gente de volta novamente.

Um sonho de saudade ...(Vinícios Gregório)




Tive um sonho essa noite, tão feliz
Que eu sorria e pulava de contente
Deus rodou um filminho em minha mente
Onde eu era autor e ela atriz
Pelo menos no sonho ela me quis
Só que acordo e não tenho mais ela
A saudade prendeu-me em sua cela
Ter sonhado aumentou meu sofrimento
Outro sonho daquele eu não aguento
Que é capaz de eu morre com falta dela.


-A boca muito beijada É de uma pessoa louca


 - Tem boca que beija boca
Sem notar que a boca é quente
Que  boca arranjando boca,
Nasce boca mais na frente,
Nem que a boca troque a boca
Noutra boca diferente.

 (Poeta: ?)

Poema Incidental: Os Dois Gráficos do Amor (Ayres Fraga)

Quero  querer-te menos
Para que me queiras mais
Se me queres tão pouco
É porque te quero demais.

HABEAS PINHO - Ronaldo Cunha Lima


No ano de 1955, em Campina Grande (PB), um grupo de boêmios fazia serenata e seresta em uma madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu o violão então usado pelos boêmios. Decepcionado, o grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, então recentemente saído da faculdade de Direito, que também apreciava uma boa seresta. Ele peticionou a Juízo para que fosse liberado o violão. Aquele pedido ficou conhecido como habeas pinho e até hoje enfeita paredes de escritórios de advocacia e de bares pelo Brasil. Mais tarde, Ronaldo Cunha Lima foi eleito deputado estadual, prefeito de Campina Grande, senador, governador da Paraíba e deputado federal. Eis a famosa petição, seguida da decisão judicial:
Habeas Pinho
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca:
O instrumento do crime que se arrola
Neste processo de contravenção
Não é faca, revólver nem pistola
É simplesmente, doutor, um violão
Um violão, doutor, que na verdade 
Não matou nem feriu um cidadão
Feriu, sim, a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão
O violão é sempre uma ternura
Instrumento de amor e de saudade
Ao crime ele nunca se mistura
Inexiste entre eles afinidade
O violão e próprio dos cantores
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam as mágoas e que povoam a vida
Sufocando suas próprias dores
O violão é música e é canção
É sentimento de vida e alegria
É pureza e néctar que extasia
É adorno espiritual do coração
Seu viver, como o nosso, é transitório
Porém, seu destino se perpetua
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de cartório
Mande soltá-lo pelo amor da noite
Que se sente vazia em suas horas
Para que volte a sentir o terno açoite
De suas cordas leves e sonoras
Libere o violão, doutor juiz
Em nome da Justiça e do Direito
É crime, porventura, o infeliz
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?
Será crime, e afinal será pecado
Será delito de tão vis horrores
Perambular na rua um desgraçado
Derramando ali as suas dores?
É o apelo que aqui lhe dirigimos
Na certeza do seu acolhimento
Juntando esta petição aos autos nós pedimos
E pedimos também deferimento.
Ronaldo Cunha Lima – Advogado

Galope à Beira-Mar (Geraldo Amâncio)




O mundo se encontra bastante avançado
A ciência alcança progresso sem soma
Na grande pesquisa que fez do genoma
Todo o corpo humano já foi mapeado
No mapeamento foi tudo contado
Oitenta mil genes se podem contar
A ciência faz chover e molhar
Faz clone de ovelha, faz cópia completa 
Duvido a ciência fazer um poeta 
Cantando galope na beira do mar.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

Louro Branco e Zé Cardoso

http://www.4shared.com/file/63277489/724e4ebd/Louro_e_Cardoso.html

Louro Branco e Zé Cardoso . 1. Não existe mais respeito Nos namoros de hoje em di

Rapaz que tem companheira
Não leva Salve Rainha
Mas leva uma camisinha
Escondida na carteira
Tira a roupa da parceira
Mama chega o peito esfria
Chupa na língua macia
Como quem chupa confeito
Não existe mais respeito 
Nos namoros de hoje em dia
(Louro Branco)

Vi um casal na calçada
Ela com ele abraçado
Ele na boca colado
Ela na língua enganchada
Uma velha admirada
Dizia: "Vixe Maria!"
E com tristeza dizia:
"Eu nunca fiz desse jeito"
Não existe mais respeito
Nos namoros de hoje em dia
(Zé Cardoso)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Venha ver meu Caicó Na festa da padroeira

Seja bem vindo quem vem
Reencontrar a família
De São Paulo ou de Brasília
Se São Luís, Santarém
De Salvador e também
Até da terra mineira
Da "Veneza Brasileira"
Aracajú, Maceió
Venha ver meu Caicó
Na festa da padroeira
(Sebastião Dias) 
Me balançando na rede 
Numa taipa do Sertão. 
Enquanto o Sol se escondia 
Eu ouvia esta canção... 
E num passeio ao passado 
Me veio à recordação. 
(Manoel Belizario)











JOÃO PARAÍBANO E SEVERINO FEITOSA GLOSANDO O MOTE

que faz verso com arte e sentimento.
João Paraibano
Cada verso que o repentista faz,
para mim tá presente em toda hora,
no tinido do ferro da espora,
na passada que vem dos animais,
na cor verde que tem nos vegetais
nas estrelas que têm no firmamento,
tá na cruz do espinhaço do jumento,
e no vaqueiro correndo atrás do gado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
Severino  Feitosa
O poeta é um gênio que crepita
no espaço azul esmeraldino,
percorrendo as estradas do destino,
sem saber o planeta aonde habita,
sua mente pra o canto é infinita,
cada verso que faz é seu sustento,
é quem sabe cantar o parlamento,
sem ter voto pra ser um deputado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
João Paraibano
Uma vida vivida no sertão,
uma fruta madura já caindo,
um relâmpago na nuvem se abrindo,
um gemido do tiro do trovão,
meia dúzia de amigos no salão,
nem precisa de um piso de cimento,
minha voz, as três cordas do instrumento,
o meu quadro de louco está pintado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
Severino  Feitosa
O poeta é um simples mensageiro,
que acaba uma guerra e um conflito,
ele sabe cantar o infinito,
todas pedras que têm no tabuleiro,
a passagem do fim do nevoeiro,
que ultrapassa o azul do firmamento,
que conhece o impulso desse vento,
todas as rosas que enfeitam o nosso prado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
João Paraibano
Foi mamãe que me deu a luz da vida
e me ensinou a viver da humildade,
eu nasci para ter felicidade,
porque toco na lira adquirida,
poesia me serve de bebida,
um concerto me serve de alimento,
uma pedra me serve de assento
e todo rancho de palha é meu reinado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
Severino  Feitosa
O poeta é uma criatura
que procura mostrar, no seu caminho,
toda uva do fabrico de vinho,
e toda planta que faz nossa fartura,
é quem sabe cantar a amargura
da pessoa, que está num sofrimento,
é quem sabe cantar o regimento
do quartel, que Jesus é delegado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
* * *